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Você já parou para pensar em como o RH pode colaborar com a educação financeira para funcionários? Se não, é importante começar a olhar para isso com um pouco mais de atenção. Pense bem: problemas com dinheiro impactam diretamente a vida das pessoas e isso pode acabar refletindo até mesmo no desempenho profissional.
Atualmente, vivemos em um cenário de incertezas em que muitas famílias tiveram que se adaptar e economizar ao máximo, para garantir o seu sustento. Mesmo que os impactos da pandemia não tenham afetado diretamente a folha de pagamento dos seus funcionários, isso não é a realidade de todos. Muitos profissionais foram demitidos, tiveram seus salários reduzidos, e, de alguma forma, foram atingidos financeiramente. E esse, pode ser até mesmo o cenário enfrentado por seus colaboradores indiretamente, por conta de seus familiares que podem ter passado por esse tipo de situação. Segundo dados mais recentes divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em dezembro de 2020, 66,3% das famílias brasileiras estavam endividadas. E isso, claro, são reflexos do caos econômico pelo qual estamos passando.
Independentemente da realidade de cada um, qualquer mudança nesse sentido traz impactos ao núcleo familiar. Sendo o papel principal do departamento de Recursos Humanos cuidar de pessoas, não é de estranhar que a educação financeira para funcionários deva fazer parte das suas funções.
Por isso, no artigo de hoje trouxemos algumas dicas para que você possa orientar e promover a qualidade de vida dos colaboradores. Mas antes das dicas, é importante entender o como os problemas financeiros podem afetar a sua equipe.
Vida Financeira X Vida Profissional
Se em algum momento você passou por instabilidade financeira, consegue imaginar de forma mais clara como isso impacta a vida como um todo. Quando um funcionário enfrenta problemas nesse sentido, é muito comum que o seu estado emocional seja afetado. Desse modo, é bem provável que a maneira como estão acostumados a desempenhar suas atividades, também seja alterada. Alguns podem ficar mais ansiosos, outros têm maior predisposição para desenvolver doenças como depressão, síndrome de burnout, fobia social, esgotamento físico e mental.
De forma involuntária, esse tipo de situação vai causando uma desmotivação – que não está ligada diretamente ao trabalho – e resulta em baixa produtividade, o que acaba afetando a empresa.
Mas, nós vivemos em um país em que não há uma cultura de educação financeira precoce. Quer dizer, já existe um movimento que insere esse ensino aos alunos nas instituições, mas por ser algo recente, é menos provável que seus colaboradores tenham tido esse ensinamento.
E dentro das empresas também já existe um movimento semelhante, que se preocupa cada vez mais com a educação financeira para funcionários. Já que colaboradores com uma vida financeira mais estável, tendem a ser mais motivados. Por conta disso, acabam trabalhando de forma mais leve e focada em suas tarefas. Sem pensamentos distantes nas dívidas, por exemplo.
Como o RH pode instruir a educação financeira para funcionários?
Agora você entendeu melhor a relação da vida financeira com a profissional, mesmo que não estejam diretamente ligadas. Separamos 3 dicas extremamente fáceis que você pode aplicar em sua empresa:
1. Analise o perfil dos seus colaboradores
É claro que o RH não será antiético a ponto de questionar se os funcionários possuem dívidas. Mas existem algumas maneiras de identificar, sem invadir a privacidade de ninguém, o perfil dos funcionários. Quais solicitam adiantamentos com frequência, descontos em folha relativos à empréstimos, aqueles que sempre que possível “vendem” suas férias, enfim. Informações que estão à disposição do departamento pessoal por fazerem parte da rotina. Se você observar que existem muitos profissionais nessa situação, já é possível perceber que uma educação financeira para funcionários seria realmente interessante na empresa.
2. Promova ações que explorem o tema
Converse com os gestores dos setores e, juntos, tentem realizar ações que incentivem os seus colaboradores a olhar para a sua vida financeira com mais atenção. Algumas estratégias de endomarketing, por exemplo, podem ser direcionadas por meio de campanhas, dinâmicas, treinamentos, alertas e comunicados internos que explorem a relação que os funcionários têm com o seu dinheiro. Utilize da comunicação interna e indique livros, leitura de blogs e até mesmo filmes que possam estimular a educação financeira para funcionários.
3. Faça-os entender o que é prioridade e o que é supérfluo
Todos temos necessidades básicas e todos, em algum momento, gastamos além do que deveríamos com coisas desnecessárias. Converse com eles sobre a importância de avaliar as suas despesas e descartar algumas que, por ventura, não sejam tão essenciais. Obviamente você não vai ficar se intrometendo na vida pessoal deles.
Mas, vamos supor que a maioria utilize o cartão de benefícios para comer em restaurantes, se a empresa disponibiliza um refeitório, se torna muito mais econômico que eles utilizem o recurso para comprar em supermercados e levem a comida de casa.
Leia também: Como otimizar a gestão de benefícios nas empresas
Invista na educação financeira para funcionários
Investir automaticamente remete a dinheiro, mas apesar de estarmos falando aqui sobre questões financeiras, nesse caso nos referimos a esforços. Nós sabemos que a rotina da área de Recursos Humanos é corrida por envolver múltiplas tarefas. Mas, como dissemos um pouco mais acima, a principal delas é cuidar de seus colaboradores.
Quando você dedica tempo e atenção na educação financeira para funcionários, demonstra cuidado e colaboração para uma melhor qualidade de vida das peças mais importantes do negócio. Uma empresa sem um bom time não alcança o sucesso. E uma equipe motivada, engajada e comprometida faz toda a diferença. Não ter problemas com dinheiro também colabora com esse cenário.
Então, olhe com carinho para essas dicas e adeque de acordo com a realidade da corporação e do perfil de colaboradores. Isso contribui muito para melhorar a vida dos funcionários, mas também contribui muito positivamente para a empresa.