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Calcular a depreciação de caminhão é uma das tarefas que deve fazer parte da rotina dos gestores de frota. Dizemos isso, pois assim como os outros custos esse também é importante para definir o valor do frete ou do transporte. A utilização dos veículos naturalmente causa desgastes, por isso é fundamental incluir esse valor na hora de precificar o serviço. Essa é uma forma de garantir que não haja prejuízos financeiros. Assim, na hora que for preciso trocar a frota a empresa terá margem para isso.
Contudo, por algum motivo a depreciação de caminhão é algo que fica em segundo plano. Muitos gestores, aliás, acreditam que incluir esse custo na hora de cobrar o serviço irá onerar muito o orçamento. E isso, consequentemente, reduziria a competitividade no mercado.
Portanto, no conteúdo de hoje você ficará ciente do porquê de incluir esse valor no cálculo do frete . E claro, terá acesso a algumas dicas simples de como é possível retardar a desvalorização da sua frota. Confira.
Antes de tudo: o que é a depreciação de caminhão
Como você sabe, a partir do momento em que um veículo sai da concessionária automaticamente já começa a se desvalorizar. No entanto, essa desvalorização é ainda maior com com a utilização constante dos veículos. Quanto mais se utiliza, maior o desgaste. No caso da frota, o uso é intenso e em alguns casos o trajeto pode ser de longas quilometragens. O que acaba contribuindo para uma depreciação ainda mais rápida.
Então não adianta: dia após dia a sua frota está se desvalorizando e é preciso contabilizar esse custo. Afinal de contas, quando chegar a ponto de esse caminhão precisar ser substituído, será necessário desembolsar recursos para o novo investimento. Não que você vá sair trocando a frota apenas por conta da depreciação. Mas em determinado momento o estado de conservação do veículo pode se tornar até mesmo um risco para rodar nas estradas.
Aliás, essa questão da perda de valor dos bens é tão relevante que a própria Receita Federal possui uma tabela de depreciação de bens. Para que se tenha ideia, o item 8704 estabelece que veículos automóveis para transporte de mercadoria sofrem uma taxa de desvalorização de 25% ao ano. Além disso, possuem vida útil de cerca de 4 anos. Isso mesmo! Olhando assim fica mais fácil perceber o quanto de dinheiro se perde, não é mesmo? Por isso os gestores de frota devem incluir essa despesa no custo do frete.
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Como calcular essa desvalorização
Existe um cálculo muito simples que você pode realizar para saber ao certo o custo da depreciação de caminhão na sua empresa. Para tanto basta utilizar a seguinte fórmula:
Depreciação = ([valor de compra] – [valor de venda]) / [tempo]
Você pode se basear na tabela FIPE para saber quanto o veículo está valendo no momento que for realizar o cálculo. O resultado final, portanto, é uma média do valor de depreciação mensal que o caminhão sofreu no decorrer do período analisado.
Feito isso, fica mais fácil ter uma noção do quanto a empresa está “perdendo” no bem por mantê-lo em circulação. Com isso, basta dissolver esse valor junto com as outras despesas contabilizadas para chegar ao valor final do transporte.
Existe alguma forma de evitar a depreciação?
Na verdade é impossível evitar a depreciação de caminhão, pois é algo que acontece naturalmente. Como dito mais acima, a partir do momento que um veículo sai da concessionária já começa a sofrer desvalorização. Apesar disso, existem maneiras de prolongar a vida útil dos automóveis. Confira algumas dicas simples.
- Manter as revisões em dia
Toda a vez que um automóvel circula sem as revisões em dia, a durabilidade é afetada. Portanto, criar um plano de manutenção preventiva é fundamental para garantir que os prazos sejam respeitados. Isso evita gastos desnecessários por conta das manutenções corretivas, mas acima de tudo previne desgastes excessivos de componentes importantes. Alguns componentes, aliás, são vitais para a segurança dos motoristas e qualquer tipo de problema pode representar riscos.
Por algum motivo as manutenções preditivas são negligenciadas pelos gestores e não entram na lista de prioridades. Entretanto, quando acontecem dentro do prazo estabelecido evitam problemas precoces e pequenas falhas que podem se tornar danos mais graves.
Por mais que essas manutenções representem despesas, devem ser vistas como um investimento. No momento que for necessário vender o caminhão, se estiver bem cuidado será mais valorizado no mercado. As pessoas estão dispostas a pagar mais por um automóvel bem conservado e que não traga dores de cabeça.
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- Estabelecer uma política de uso dos veículos
Essa é outra dica fundamental quando pensamos em reduzir a depreciação do caminhão. Principalmente se mais de um motorista dirigir a frota. O mau uso dos veículos é uma questão que influencia muito no estado de conservação. Criar uma política clara para utilização da frota evita que isso ocorra. Quando existem regras a probabilidade de algum condutor infringi-las é bem menor.
Esse documento deve ir além de simplesmente estipular que é preciso entregar o carro limpo. Deve prever o tipo de combustível permitido, boas práticas na direção, cuidado com os pneus e outros pontos importantes de acordo com os critérios que façam sentido para a empresa.
- Respeitar o peso de carga
Muitas vezes o peso máximo permitido para o transporte de cargas é desrespeitado. Essa prática a longo prazo contribui para uma depreciação mais rápida. Pense bem: se existe um limite definido pelo fabricante, existe uma lógica para tal. Não é mesmo?
Toda a vez que o caminhão trafegar com um peso superior ao que deveria está sobrecarregando o caminhão. Ou seja, há uma provável redução na vida útil do veículo em questão.
Depreciação de caminhão também afeta o consumo de combustível
Os pontos citados acima, que servem para reduzir a depreciação de caminhão, também são importantes para economizar combustível. Isso mesmo! Gestores de frota estão sempre em busca de maneiras de reduzir essa despesa, já que costuma ser uma das mais significativas para o setor.
Ter os cuidados que trouxemos além de contribuir para uma menor depreciação, também ajudam a reduzir o consumo de combustível. Quando as revisões são feitas dentro do prazo, o peso de carga é respeitado e os motoristas têm orientações sobre a utilização dos veículos, o desempenho que se espera da frota se mantém dentro da média prevista.
Aliás, reduzir minimamente o gasto com a compra de combustível é uma vantagem. O montante final dessa economia pode ser utilizado até mesmo para a renovação da frota.